Afinal, dentista pode trabalhar com harmonização facial?

Os procedimentos de harmonização facial são cada vez mais procurados pelo público. Nesse sentido, muitas pessoas buscam os tratamentos para corrigir o que consideram imperfeições no rosto e aumentar a autoestima. 

No entanto, ao se deparar com a possibilidade de fazer essa intervenção com um cirurgião-dentista, é comum surgir a dúvida: afinal, dentista pode fazer harmonização facial? Como o assunto está rodeado de polêmicas, é importante compreender o que dizem as normas e qual é a capacitação técnica dos profissionais da odontologia. 

Ficou interessado no assunto? Então acompanhe a leitura e descubra se o dentista pode fazer harmonização facial!

O dentista pode fazer harmonização facial?

A discussão sobre a permissão para que dentistas realizem procedimentos de harmonização facial tem sido alvo de intensos debates e, até mesmo, de ações judiciais. A controvérsia surgiu, principalmente, em relação aos procedimentos estéticos.

Assim, muitos levantaram dúvidas sobre a possibilidade de cirurgiões-dentistas atuarem nessa área. Entretanto, é importante ressaltar que eles são profissionais de saúde devidamente capacitados para realizar intervenções na área da face. 

Logo, muitos procedimentos de harmonização facial estão dentro do escopo de atuação dos cirurgiões dentistas — em especial, aqueles que têm como objetivo promover a saúde e a estética do paciente. 

Aliás, antes mesmo das discussões mais recentes, diversos procedimentos relacionados à harmonização facial já eram realizados por dentistas. Um exemplo é a aplicação de toxina botulínica (conhecida como Botox) para tratar condições como bruxismo.

Outro tratamento nesse sentido é a bichectomia, utilizada para prevenir lesões causadas pela mordida das bochechas. A polêmica surgiu quando a aplicação dessas técnicas passou a ser voltada apenas para fins estéticos.

Cirurgiões plásticos e dermatologistas buscavam manter a exclusividade desses procedimentos na classe médica. Embora o tema seja discutido com frequência, é importante reconhecer que os cirurgiões-dentistas têm a capacitação necessária para atuar na área de harmonização facial.

Mas lembre-se de que isso ocorre dentro dos limites de sua formação e experiência profissional, tudo bem?

Qual é a capacitação do cirurgião-dentista para atuar na área?

Agora que você já sabe que dentista pode fazer harmonização facial, vale a pena conhecer a capacitação do profissional para realizar o procedimento. Confira com mais detalhes, a seguir!

Curso de odontologia

A primeira etapa da capacitação do dentista é a realização do curso de odontologia. De modo geral, ele tem duração de 5 anos e, nesse tempo, os estudantes recebem uma formação abrangente, que vai além do sorriso e dos dentes.

Nesse caso, eles aprendem sobre a anatomia não apenas da cavidade oral, mas de toda a região do crânio e da face. Ainda, durante as aulas, são abordadas disciplinas como bioquímica, farmacologia, reabilitação oral, odontologia morfofuncional e outras relacionadas à saúde do paciente. 

Essa formação ampla e completa proporciona aos cirurgiões-dentistas o conhecimento necessário para compreenderem a estrutura facial em sua totalidade. O entendimento inclui aspectos dos músculos, ossos e tecidos moles. 

Isso é essencial para que os dentistas possam realizar procedimentos de harmonização facial com segurança e eficiência. Assim, os profissionais ficam capacitados para avaliar as características faciais dos pacientes e propor intervenções que promovam a harmonia estética e funcional da face. 

Especialização em harmonização orofacial

Após a conclusão do curso de odontologia, o profissional que deseja atuar na área de harmonização facial deverá fazer uma especialização em harmonização orofacial. Segundo as diretrizes do Conselho Federal de Odontologia (CFO), esse estudo é essencial para garantir a qualidade e a segurança dos procedimentos realizados.

O conselho aborda a importância da formação continuada e da atualização constante dos profissionais de odontologia. Para isso, a Resolução CFO 198/2019 reconhece a harmonização orofacial como especialidade odontológica, complementada pela Resolução CFO 230/2020.

Portanto, a especialização em harmonização orofacial geralmente requer uma carga horária mínima de 500 horas e deve ser realizada em uma instituição devidamente regulamentada. Isso garante que os profissionais recebam uma formação completa e aprofundada nas técnicas necessárias para realizar os procedimentos com competência. 

Essa formação abrange diversos aspectos, incluindo conhecimentos teóricos e práticos sobre os seguintes temas:

  • anatomia facial;
  • farmacologia aplicada;
  • técnicas de aplicação de substâncias, como toxina botulínica;
  • preenchedores dérmicos.

Por meio dessa especialização, os profissionais adquirem as habilidades necessárias para avaliar as características faciais dos pacientes. Dessa forma, é possível identificar as suas necessidades e propor intervenções que promovam a harmonia estética e funcional da face. 

O dentista também pode se manter atualizado sobre as novidades da área por meio de treinamentos e workshops ao longo da carreira.

Como foi a evolução das normas sobre o assunto?

Ao conhecer a formação necessária para atuar com a harmonização facial, chegou o momento de saber como foi a evolução das normas sobre esse assunto. Primeiramente, como visto, houve o reconhecimento da competência do dentista para realizar procedimentos de harmonização orofacial.

Em seguida, o Conselho Federal de Medicina (CFM) moveu uma ação judicial buscando reverter essa decisão. Como resultado, em 2018, uma liminar foi concedida temporariamente. Nesse caso, ela impedia os cirurgiões-dentistas de realizarem procedimentos estéticos de harmonização facial. 

Entretanto, essa liminar foi posteriormente revogada. A decisão permitiu que o CFO editasse a Resolução 198/2019, reconhecendo oficialmente a harmonização orofacial como especialidade odontológica. 

Essa resolução estabelece critérios específicos, incluindo a necessidade de respeitar os limites anatômicos da área de atuação do cirurgião-dentista. Além disso, o documento regulamenta os cursos de especialização em harmonização orofacial.

Dessa maneira, a regra garante que os profissionais recebam uma formação adequada e atualizada nas técnicas e procedimentos necessários para realizar esses tratamentos de forma segura e eficaz. 

Com isso, os cirurgiões-dentistas se tornaram legalmente autorizados a realizar procedimentos de harmonização facial. No entanto, é importante que os pacientes procurem profissionais que tenham qualificações específicas nessa área, como cursos e especializações reconhecidos pelo CFO, combinado? 

Isso garante não apenas a competência técnica do profissional, mas também a segurança e a qualidade dos resultados obtidos pelos pacientes. 

Neste conteúdo, você entendeu que o dentista pode fazer harmonização facial, desde que ele tenha formação como cirurgião. Portanto, se você deseja realizar esse procedimento, não deixe de consultar um profissional capacitado para atuar nesse ramo.

Gostou do post e quer aprender mais? Então entenda o que é full face e por que realizar técnicas conjuntas para uma harmonização perfeita!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esclareça suas dúvidas!
Agende seu horário!
Dra. Danielle Pimenta
Olá! Como posso te ajudar?